terça-feira, 19 de abril de 2011

Drama: A história de um árbitro gay

[Opinião] A história de um árbitro gay


Craques e simuladores desse meu Brasil, está cheio de homossexuais no futebol. Ou alguém acredita que este esporte seja uma ilha de machões em meio a uma sociedade na qual cada vez mais pessoas se assumem como gays? Na arbitragem não poderia ser diferente. Os gays estão lá e na maioria das vezes não se assumem por medo de represálias. Na Turquia, a opção sexual de um árbitro veio à tona e infelizmente ele sofreu as consequências. Seu nome é Halil Ibrahim Dinçdag.
Aos 35 anos, Dinçdag acabou expulso da arbitragem quando foi conhecido publicamente o relatório médico que baseou a sua dispensa do serviço militar, no qual a sua homossexualidade era classificada de demência. Na Turquia, apesar de uma reportagem dizer que a homossexualidade não é tabu em outras áreas e que não é considerada crime, foi tratada como problema de saúde no serviço militar.
Dinçdag (foto abaixo) admitiu à Anatolia, agência turca de notícias, que o fato acabou com as suas duas carreiras: "Primeiro, forçaram-me a sair da arbitragem, aquilo que mais amava. Depois, deixei de ser comentarista de rádio, onde já estava há 16 anos. Estou desempregado e isso afeta minha autoestima. Aliás, tenho até dificuldades em pagar as despesas do tribunal". A Federação Turca explicou que quem não passa no relatório médico militar por razões de saúde também não pode apitar jogos.
Foto: Reprodução
Mas as coisas absurdas não param por aí. Chegou-se a alegar que Dinçdag poderia vir a ser acusado de favorecer nas faltas, por exemplo, os jogadores com melhor aparência. Como assim? Quer dizer que um árbitro homem heterossexual nunca poderia apitar um jogo de futebol feminino? Para quem não sabe, árbitros homens federados também apitam campeonatos femininos, no Brasil e no exterior.
Na minha opinião, o caso é ridículo e acabou com a vida de uma pessoa. Não posso nem pedir para que os árbitros homossexuais se assumam, pois não tenho convicção de que no Brasil este árbitro não seria expulso do quadro da federação, assim como aconteceu na Turquia.
Obs: Dinçdag, que era árbitro das divisões profissionais inferiores da Turquia desde 2008, está processando a Federação Turca e a decisão deve sair em maio. Ele pretende voltar a apitar e exige mais de 50 mil euros de indenização por danos morais e profissionais. Justo.

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